Há duas semanas, a Universidade Federal Fluminense (UFF) sediou o XX Seminário Anptur, onde pesquisadores apresentaram e discutiram temas sobre turismo. E o projeto Experiências em Turismo e Transporte Ativos (ETTA), coordenados pelos professores Priscila Edra (UFF) e Marcelo Barros (Uerj), chamou a atenção dos presentes ao destacar o potencial de Niterói para se tornar o primeiro destino turístico ativo (descobrindo o local através de atividades físicas) em território brasileiro.
Os dados apresentados são resultados de estudo com a participação de pessoas sedentárias que, como turistas voluntários, realizaram passeios pela cidade caminhando e pedalando com apoio de equipamentos cedidos pela equipe de pesquisa para mapear percursos realizados, quantidade de passos e pedaladas, esforço físico percebido e realizado, assim como contribuição à pegada de carbono.
Entre os dados levantados, verificou-se que é possível, em percursos de até quatro horas (somando tempo de deslocamento e paradas), o turista dar mais do que os 10 mil passos mínimos recomendados pela Organização Mundial da Saúde como indicador de uma vida ativa de forma leve ou moderada, mesmo sendo pessoas sedentárias.
“Independente dos percursos, sempre há a possibilidade de deslocamentos acompanhados de paisagens naturais e culturais, o que motiva a continuação e minimiza a sensação de cansaço. Ademais, existem espaços urbanos convidativos para descanso”, disse a coordenadora do projeto, Priscila Edra.
Porém, o dado que mais despertou atenção dos pesquisadores diz respeito à pegada de carbono.
“Cada participante, ao não utilizar veículo automotor, deixou de produzir 2,16kg de dióxido de carbono, quantidade de gás nocivo que uma árvore levaria 36 dias para absorver”, afirmou o professor Marcelo Barros.