Abril é considerado o mês da conscientização do autismo, que tem como objetivo levar informação à população sobre os indivíduos que apresentam Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). De acordo com a atualização mais recente divulgada pelo Centres for Disease and Prevention (CDC), a prevalência de autismo nos Estados Unidos indica que 1 em cada 36 crianças de 8 anos são autistas. No Brasil, se fizermos a mesma proporção deste estudo, poderíamos ter 5,95 milhões de indivíduos com TEA.
O Transtorno do Espectro do Autismo é uma condição bastante complexa e nenhum indivíduo apresenta as mesmas características que o outro. Quando observamos a capacidade de comunicação de cada um deles, podemos identificar dificuldade no processo de interação social e também no aspecto da fala. Algumas crianças podem achar difícil expressar verbalmente o que estão sentindo por não conseguirem programar e sequenciar os sons, como é o caso da Apraxia de Fala na Infância (AFI). A AFI é um tipo de transtorno motor de fala, o qual a criança tem ideia do que quer comunicar, mas seu cérebro falha ao planejar e programar a sequência de movimentos motores. É como se ela não “soubesse” o que fazer com sua boca. Estudos recentes mostram uma alta associação de AFI e TEA.
O diagnóstico precoce e a intervenção multiprofissional são essenciais para um bom prognóstico. Criar um ambiente favorável através da Comunicação Alternativa Aumentativa, terapia fonoaudiológica específica com o método PROMPT (Prompts for Reestructuring Oral Muscular Phonetic Targets), que é uma abordagem multidimensional indicada para os distúrbios de produção da fala, já são evidências clínicas e científicas para um bom desenvolvimento.
No Brasil, já temos profissionais capacitados neste método e referências no assunto. Além da informação para a sociedade, capacitação técnica para os profissionais e ambiente escolar, é necessário acreditar e investir no futuro das crianças, jovens e adultos com autismo e apraxia.