Um medicamento que utiliza os linfócitos T, que compõem o sistema imunológico e que, ao serem geneticamente modificados, tornam-se mais ativos contra as neoplasias do sangue foi utilizado pela primeira vez no país. Trata-se do medicamento de células CAR-T (sigla em inglês para Chimeric Antigen Receptor T-Cell Therapy), que foi usado em um paciente de 74 anos, portador de linfoma difuso de grandes células B, no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), pertencente à Dasa.
“No Brasil, o tratamento já foi aprovado pela Anvisa para patologias como leucemia linfoblástica aguda em pacientes de até 25 anos e linfomas difusos de grandes células B em pacientes adultos. O medicamento é oferecido pela farmacêutica Novartis”, destacou o dr. Jacques Kaufman, coordenador de Hematologia do CHN.
A dra. Luciana Conti, médica hematologista, e a dra. Jordana Ramires, responsáveis pelo primeiro paciente no Brasil, explica que depois de passar por três diferentes tipos de tratamento sem sucesso, o paciente ganha mais uma chance, com possibilidade de cura com a chegada do CAR-T ao Brasil.
A terapia consiste em um medicamento preparado com as células de defesa (linfócitos T) extraídas do paciente e modificadas em laboratório para que, ao serem devolvidas para o paciente, possam combater o câncer.
“Seguramente, a terapia CAR-T é uma abordagem revolucionária que tem se mostrado muito eficiente contra diversos tipos de câncer do sangue e do sistema linfático. É um orgulho realizar, pela primeira vez no Brasil, uma técnica desse porte que inicia uma nova era no tratamento oncológico no país”, comentou Celso Arrais, head de hematologia na Dasa Oncologia.