O olhar mais atento à Baía de Guanabara após o um navio se chocar com a Ponte Rio-Niterói vem fazendo organizações que defendem o meio ambiente serem um pouco mais escutadas em suas causas. É o caso do Movimento Baía Viva e dos pescadores artesanais, que após 30 de luta, conseguiram arrancar uma importante promessa do governo do estado: tomar uma atitude pra solucionar o cemitério de embarcações afundadas e abandonadas no Canal de São Lourenço, em Niterói.
Há 10 anos já houve um “leilão” organizado pelo Estado que apenas removeu do Canal as embarcações abandonadas de aço e alumínio, de alto valor econômico; porém nenhuma das embarcações de madeira que estão afundadas neste local (muito provavelmente vazando óleo e outras substâncias tóxicas e nocivas ao meio ambiente marinho) foi retirada ou removida naquela ocasião.
“Ganhou-se muito dinheiro nesta falsa operação de limpeza da Baía de Guanabara, mas na verdade não houve melhorias efetivas para a saúde ambiental da Baía, nem para a pesca artesanal, turismo, lazer e navegação. Na prática, na época ocorreu uma fraude do tipo ‘maquiagem verde’ ou ‘Greenwashing'”, afirmou Sérgio Ricardo Potiguara, ecologista e cofundador do Baía Viva.