O coração, infelizmente, nesse contexto é somente um órgão que reage com aceleração às conexões sinápticas envolvidas com o amor. Li e reli muito sobre esse tema pois, como ser humano, sou apaixonado por meus filhos, mas também por uma pequena princesa – tipo àquelas de contos de fadas, pois ainda sou solteiro e crente do amor sincero.
A paixão é um estado de “espírito” afetivo intenso que imobiliza a atividade psíquica como um todo, sendo capaz de dirigir a atenção do indivíduo em uma única direção, inibindo os demais interesses. Isso chamo de atenção seletiva dos neurônios. Eles se unem, criam conexões em campos vários e ficam admirados com as informações da córtex visual ou mesmo de estruturas que resgatam memórias. Realmente os danados (amor e paixão) andam próximos demais de nossos interruptores de comandos encefálicos. Sempre é bom, porquanto, analisar os sinais do sistema nervoso autônomo provocados pelo encéfalo.
Artigos em revistas de impacto sinalizam que a principal substancia química envolvida, a feniletilamina, está presente em toda a fase inicial de atração “neuronal e psiquica” que dura meses a anos, pois os neurônios do sistema límbico habituam-se a essas substancia – uma boa droga – desde que não provoque… deixemos para lá.
Essa outra fase ou situação que denomino (minha criação) de “segurança encefálica”. Endorfinas, ocitocinas e vasopressinas correm ligeiras pelos quatro cantos do encéfalo. O neurotransmissor dopamina, a danada da paixão, também corre em nossos pulsos e na cachola (núcleos accumbens, córtex pré-frontal). Quando a ansiedade está presente e o medo na barriga aparecem não podemos esquecer do giro do cingulo e do corpo amigdalóide.
Creio que embora tenhamos uma vantagem evolutiva de tais mecanismos neurais na perpetuação da espécie parece que não estamos fazendo bom uso. Emoções e sentimentos que promovem a aproximação e manutenção entre machos e fêmeas, pais e filhos, povos, religiões são sempre bem-vindos.