De passos curtinhos anda ela, Maria Antônia, filha de Leandro e Carol. Passos rápidos, canela fina e tronco erguido. Toda fininha, moleca, sapeca e obediente. Diga-se de passagem muito bem-educada por seus pais. Uma menina pura, daquelas de ouro, com berço de formação. Não é qualquer berço: tipo daqueles cafonas que se compra nos Estados Unidos. Falo de um aparato neurolinguístico e uma modelagem educacional muito distinta.
Leandro Artiles é um amigo de longa data; aqueles ímpares que não se pode pensar em perder. Delegado, educado, brabo, justo e sensato. Precisamos ser convincentes ao discutir com ele, decerto de sua qualidade intelectual.
Bem, mas vamos à Maria Antônia, a menina da crônica. Semana passada fora assistir Pinóquio com os pais, enquanto nós, eu e meus filhos, um tal de “O lendário cão guerreiro”- acho que é isso. Pequenas meninas devem engajar-se em atividades lúdicas, sensatas e interessantes para a formação da psique e, principalmente, por valorizarem os próprios corpos quando na tenra idade. Precisam aprender o que é o limite, um bom companheiro e o momento certo para atividades decisórias. Maria Antônia é fruto de gerações que englobam tio Talles e Leandro, obviamente, sem esquecer de Carolina Werneck. Às vezes passo por lá, como médico amigo, auscultando as pedaladas do seu coração e o barulho de soltura e busca de ar advindo do parênquima pulmonar.
“Ela não tem nada, Leandro. Mas me dê notícias”.
Realmente dá gosto ver extrema importância da educação desde “pequetita” dessas canelas de “bambu”. Maria Antônia, certamente, será uma das poucas crianças que ao chegar na fase adulta irá optar por Caetano Veloso, Gilberto Gil e algo que lhe toque o coração. O motivo é simples. Vem da natureza genética e epigenética de onde nasceu e como é rodeada.
Assim como no filme “Pinóquio”, a vida dela também terá problemas e preocupações. Mas Maria Antônia deve se sair bem. Um beijo do titio que te ama muito. Um amigo do seu pai; daqueles que você no futuro poderá contar, bela princesa.