A saúde mental infantojuvenil foi um dos temas centrais da reunião da Comissão de Educação da Câmara Municipal, realizada nesta semana. Evidências científicas recentes comprovaram que os efeitos da pandemia são diferentes em crianças e adolescentes.
Sintomas como irritabilidade, mudanças de humor, insônia e dificuldade de concentração podem ser complicadores na qualidade do ensino e, ao mesmo tempo, são mais difíceis de diagnosticar nos jovens do que nos adultos.
Na ocasião, o vereador Binho Guimarães (PDT), presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal, entregou ao secretário de Educação de Niterói, Vinícius Wu, uma indicação legislativa para que seja dada prioridade, transparência e publicidade ao programa “Saúde na Escola”, presente no Plano de Retomada às Aulas presenciais na cidade.
“O cuidado com a saúde mental é imprescindível para que a rede pública de ensino de Niterói tenha condições de lidar com os desafios da pandemia do coronavírus. Precisamos colocar as crianças e adolescentes no centro dessa discussão da volta às aulas”, disse Binho Guimarães.
A psicóloga clínica Danuza Effegem, uma das convidadas da reunião, explicou que o impacto da pandemia na infância tem efeitos diretos, que dizem respeito às manifestações clínicas da Covid-19, e indiretos, que ainda precisam ser estudados de maneira mais ampla.
“Além do medo da morte, as crianças apresentam de forma diferenciada o desenvolvimento de transtornos obsessivos compulsivos (TOC), ansiedade progressiva, fobia social, resistência em sair de casa, entre outros”, explica a psicóloga.
Ela esclarece, ainda, que transtornos de aprendizagem em função de falta de motivação, atraso pedagógico, evasão escolar, insatisfação com o desempenho e baixa autoestima são outros problemas desencadeados pela pandemia no ambiente escolar.