Quem possui a ideia que os portugueses seriam somente impostores, gafanhotos de índias e de nossas terras, poderá manter tal linha de raciocínio. Foram realmente cruéis em determinados aspectos; como nós somos hoje em dia. Através das orelhas abaixadas, enquanto escutava o professor Carlos Henrique Melo Reis, decidi vasculhar internamente essa vertente muito interessante. Melinho tem uma cultura médica muito difícil de acompanhar – a sorte é que ainda possui paciência em ensinar-me. Curioso, que não figurou entre os catedráticos das Escolas Públicas de Medicina – uma espécie de castração que ele se permitiu. Um amigo visionário, fora dos padrões de “tudo” e de uma simplicidade irritante. Hoje e antes, ele não caberia entre nenhum corpo docente… eu sei… ele no fundo também…
Sem fugir da crônica é bom rememorar que, durante a permanência da corte no Brasil, inúmeros museus e escolas técnicas foram fundados por atos do Imperador, promovendo um ambiente de modernidade e renovação cultural. O acervo da Biblioteca Nacional é riquíssimo e expressivo, evidenciando “multifacetas” da apropriação da figura de D. João, com intenções diversas. Sinceramente creio que Dom João VI contribuiu em demasia para nosso crescimento, embora suas raízes, erros inatos de conduta, posição e narcisismo tenham “manchado”, em parte, sua imagem. Não podemos nos esquecer do Museu Real, da Biblioteca Real, do Teatro Real e do famoso Banco do Brasil. Se não estou enganado por lapsos do tratamento de um baobá no qual estou submetido (pulsoterapia e anti-tuberculínicos), existia um imposto denominado de décima urbana; creio que para socorrer o nadir financeiro que a Coroa Portuguesa enfrentava. Trazendo isso tudo para os dias atuais, vejo que se pararmos e fixarmos nossos olhares para a “farra dos guardanapos”, o dinheiro na cueca e as propinas carreadas pelo gordinho escorregadio, podemos perceber que ele e suas condutas não foram só de perversidade. O Rio de Janeiro cresceu, ladeando os portos, em quase 30% no que tange à população e oportunidade de empregos.
Será que a Corte Portuguesa só destruiu o Brasil? As pessoas esquecem-se do Cabral, do Pezão, do fulano, do tal gordinho da mala e por aí vamos seguindo.
Voltando, o Dom João VI também apresentava uma ruminação excessiva e preocupante com melhorias das condições de habitação e sanitária. Acho que devemos voltar na história e relevar muito que o Imperador fez pelo povo. Um minuto: esse homem também buscou garantir a invasão do sul do Brasil, empurrando parte de nossas terras para território uruguaio.
Dom João VI incentivou indiretamente pesquisas na área de botânica, o “Jardim”, que posteriormente passou a ser chamado de Jardim Botânico. Albert Einstein e Rainha Elizabeth II vieram flertar tal ambiente; somente um namoro. Um jardim como reserva da biosfera, segundo a Organização das Nações Unidas.
Se me permitem gostaria de fixar o título da crônica com a criminosa canetada do nosso governo. O “governo” Bolsonaro alargou a legislação sobre a exportação de Ipê, dentre eles o amarelo, umas das madeiras nacionais mais cobiçadas pelo resto do mundo, que passou a ser vendido como qualquer coisa. O ipê parece ser explorado e vendido como eucaliptos e ervas-daninhas. De nada adiantou a solicitação do IBAMA; esse ilustre modelo de governo passa por cima, atropela, não pergunta, faz e pronto. Um governo mimado, inconsequente e danoso. E ainda querem falar de Dom João VI? Convenhamos.
No Peru e na Venezuela são raros os Ipês… como o dinheiro encontra-se na mão dos madeireiros do Mato Grosso e Pará, por que não baixarmos nossas calcinhas? Desculpem-me pelo termo supracitado, mas aqui no Brasil é bem assim. Calcinha no chão, dinheiro na mão. É um fardo que o brasileiro carreia em sua bagagem, infelizmente.
Queria agradecer essa crônica a um grande amigo e gestor do Laboratório Morales – Cláudio – chamo-o ainda de Tio Cláudio por carinho e zelo que a família toda possui com os meus desde muito tempo.
Hoje recebi um atendimento vip de minha princesinha Nathalia Morales. Uma médica linda de beleza externa e espiritualidade. Gostaria que João e Bento tivessem a sorte de te lá como namorada. Obrigado pequena.
Também agradeço ao meu coordenador e amigo da UNIG, Marco Azizi, uma pessoa do bem. Daquelas que queremos ao nosso lado.