Não tenho por hábito escrever sobre política. Creio que cada indivíduo possui uma maneira peculiar de achar e raciocinar sobre o que parece bom ou ruim. O cenário político do ponto de vista sanitário me parece um ralo, apontando para a incapacidade de governantes em atenderem demandas não muito difíceis. Indubitavelmente o Brasileiro está inseguro e descoberto do ponto de vista sanitário (salus populi). Esse termo faz jus à falta de segurança total, a deficiência nas demandas, ao anarquismo e as consequências à nossa saúde.
Bebemos água ruim, respiramos ar ruim, sofremos psiquicamente e morremos de fome. Nossa saúde pública está desarranjada. Não existem estratégias definidas no controle de absolutamente nada; nem comentaria a questão sobre o COVID-19. Observo os pobres na fila na penúria parecendo personagens localizados no nadir de um filme denominado “O poço”.
Paro alguns minutos defronte da televisão em busca de um candidato e o que vejo! Um montante de encéfalos engrenados por mentiras, promessas, verbalizações fétidas e agressões. Nosso Brasil perdeu o rumo. Parece um apequenado barquinho de pesca à deriva. Por esses dias escutei de um político que estava lutando pela “ambientalização” da fauna e da flora brasileira. Entregou-me um pequeno pedaço de papel com o seu número e perguntou-me. Contarei com o seu voto? O resumo dessa parte acaba no descompasso dos meus batimentos cardíacos e uma sensação de angústia e vazio. Não tenho mais zelo comigo, mas morro de medo da adolescência de meus filhos.
O Estado fora instituído visando “assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade de partir e voltar, a segurança pública, o bem-estar físico e psíquico, o desenvolvimento social, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraternal, pluralista e sem preconceitos de tipos vários, alicerçado na harmonia social e comprometido, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”, tal qual consta no preâmbulo da Carta Constitucional.
Em meu aplicativo brotam as chamadas “vaquinhas solidárias”. Doações, arrecadação de mantimentos e medicamentos se proliferam pelo pauperismo e situação de extrema necessidade dos nossos concidadãos. Onde está o Estado? Onde estão as pessoas de bem? Não existe nenhuma normativa ou regra que promova uma grave punição aos que prometem melhorias no nosso País e não as cumprem?
Estamos abandonados há tempos; largados, sufocados, vulneráveis e próximos à morte em vida. Chama muita atenção uma frase de Karl Marx, “deixar o erro sem refutação é estimular a imoralidade intelectual”. Somos amorais, perversos, individualistas e consumistas. Todos nós, inclusive eu. É impossível não ter uma pequena parcela desses erros inatos do DNA dentro de nós. Onde está o problema? Temos, digo para os meus amigos do peito, uma capacidade enorme de resistir contra essas marcações do nosso lobo frontal, que espalha-se para todas as funções superiores.
Há vista que temos direito, não fiquemos para trás. As pessoas ruins fazem barulho, mas podemos surpreendê-los com resistência e amor. Dedico essa carta para minha mãe Elizabeth Orsini, uma mulher que nunca ganhou propina, nunca se vendeu e morreu em paz – pois dentro de seu coração e consciência, só nos deixou coisas boas. Em quem Bety votaria hoje?