Se isso é saudável ou não, é algo completamente irrelevante nesse momento que me encontro numa posição de escrever. Pergunto-me: Por que de tanto ladroeira e ganância por poder? Algumas vezes deparo-me adentrando em casas ou quartos hospitalares onde é difícil controlar minhas emoções. Essa estória que todo mundo um dia irá morrer é verdadeira, mas difícil de ser verbalizada pelos que padecem e agonizam. Tenho uma capacidade enorme de protelar algumas coisas e me debruçar em outras menos relevantes.
Não me sentiria à vontade de não tentar expressar essas questões para meus filhos, pois somos modelos para os pequenos. Toda oportunidade que recebemos pode ser encarada como uma possibilidade para crescermos, com experiências negativas e positivas. Falo isso, pois ninguém é capaz de crescer sonegando, matando indiretamente, “ladroando” e formando cifras de capital que dariam para dezenas ou centenas de gerações. O apego por bens materiais é uma espécie de desligamento subjetivo e negligente com a fome e a pobreza.
Não gosto e não tenho interesse de rotular ninguém, embora acredite que esses indivíduos sejam, no mínimo, perversos e sociopatas. Há pessoas especiais na vida… como há. Dessas não consigo dizer muitas palavras, mas afeto, ternura, suavidade e amor. Talvez Deus esteja precisando de muita gente boa durante essa pandemia, pois ele levou e ainda levará muitas. Isso não significa que ele “precise” de ajuda de usurpadores de dinheiro público, de ventiladores mecânicos, de sonhos e de esperança. Esses me parecem corpos ébrios, sem inspiração de alcançar o que mais importa na vida – a qualidade humana. Realmente não me passa pela goela como chegam em casa e abraçam os filhos, a esposa e aprofundam no sono.
Se praticarmos o amor incondicional respeitaremos o próximo. Para tal, nem precisaríamos embutir a essência de agir dentro dos princípios morais éticos. Não demanda tempo nem custa nada. Essas pessoas precisam ser curadas por palavras de pessoas do bem. Não é um bom momento vocês se esconderem – pessoas do bem. Tentemos fazê-los olhar a profundidade do buraco irreparável que fora criado por tanta ganância, pois a superficialidade dos números e cifras já são bastante conhecidas.
Dedico essa crônica para meus filhos João e Bento Orsini.