Hoje, repentinamente, como num verdadeiro achado psíquico, meu poder de tolerância com os outros sobrou um pouco para mim também. Acabei de ler um trabalho muito interessante que concluíra que recém-nascidos “expostos” a melodias durante o período fetal apresentaram alentecimento dos batimentos cardíacos quando comparados ao grupo que não recebera tal estimulo.
Realmente torço para que tenhamos um modo simplório de nos aproximarmos dos fatos sociais. Não consigo, creio eu, aproximar-me de um modo literário que possa mudar a vida de pensar de alguns pares. Não consigo embutir, com meus caracteres, “provas” que devamos lutar pela igualdade social. Gostaria de narrar sensações ao invés de fatos.
Quando pequeno era muito reivindicador de direitos e alguns diziam que seria advogado. Tornei-me médico e, indubitavelmente, ainda tento isso de outra forma. Ao conversar com um dos médicos que tratou de minha tuberculose em 2016, dr. Gilvan Renato Muzzi, emocionei-me com sua fala. “Marco – não existe frescura do paciente; existe desleixo médico”. E, sobre essa enfermidade que me acometeu há quase quatro anos, não posso deixar de agradecer ao dr. Luís Mauricio Ramos, um dos grandes responsáveis por me fazer vencer a doença.
Em minha formação médica fui batizado politicamente, profissionalmente e moralmente pelos professores Carlos Henrique Melo Reis, Acary Souza Bulle Oliveira, Marco Antonio Araújo Leite, Jano Alves de Souza e meu grande“guru”, Marcos RG de Freitas. Esse que atende meus telefonemas quando quer e discute Clarice Lispector ao lhe dar na telha.
Professor Marcos sempre teve esse jeito de falar e ouvir quando quer, mas é um grande e correto ser humano. Creio que se reunirmos forças para melhorar qualquer aspecto que envolva nosso povo já é um grande passo. Dentro do mundo, hoje assolado pelo COVID-19, há apenas a oportunidade de reintegração e continuação social. Não deveria haver direito de punir socialmente nenhum ser humano. Há, sem sombra de dúvidas, o “poder” de punir – fato que não me cabe. Creiam-me, meus amigos, que essas atitudes alargarão nossas vidas e qualquer dia desse saberei provar por mim ou outros que não as utilizei de forma inútil.
É possível um pedido? Vamos extirpar toda a força e a certeza que não para o mal, transformando essa palavra por minutos de Mozart, sonata nº 16, por completo?
Um beijo para meus grandes amores – João e Bento Orsini – minhas razões de ainda escrever textos e acreditar em novas gerações. Gostaria de dedicar essa crônica para a minha mãe – Elizabeth Orsini.
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