A Prefeitura de Niterói, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a concessionária Águas de Niterói, iniciou um estudo, com duração de quatro semanas, para identificar a presença de material genético do novo coronavírus em amostras do sistema de esgotos da cidade, e, na primeira semana, o vírus Sars-CoV-2 já foi detectado. A descoberta não significa que o coronavírus possa ser transmitido pelo esgoto, mas, segundo o secretário de Planejamento Axel Grael, a presença do vírus no local é um indicador do elevado espalhamento do causador da Covid-19 na população.
“O projeto nos permite verificar quais comunidades têm uma incidência maior do coronavírus a partir das amostras do esgoto, mesmo que naquele local haja muitas pessoas assintomáticas. Como a Prefeitura está iniciando um programa amplo de testagem, e nosso objetivo é priorizar justamente as comunidades, esse resultado pode indicar em quais comunidades devemos intensificar as ações”, comentou.
Só foi possível fazer a análise em Niterói porque a cidade é uma das raras do país que conta com saneamento básico adequado e trata mais de 90% de seus efluentes. Nas demais cidades, como o município do Rio de Janeiro, o excesso de contaminantes inviabiliza a precisão dos testes.