Na pauta, a redução da tarifa dos catamarãs de Charitas, a construção de um BRT ligando Alcântara ao Centro de Niterói e ajustes no projeto do BRT Transbrasil

O prefeito Rodrigo Neves reuniu-se com o secretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, para discutir a mobilidade em Niterói nos municípios vizinhos. Foram quatro os temas da reunião: a tarifa na estação das barcas de Charitas, a construção de um BRT entre Alcântara e o Centro de Niterói, a reabertura do canal sobre a ponte de entrada da Ilha da Conceição e a possibilidade de adequação no projeto do BRT TransBrasil, na cidade do Rio de Janeiro, para evitar o fechamento da alça de decida da ponte Rio-Niterói próxima ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).

Um dos pontos discutidos foi a possibilidade da adoção de uma tarifa menor nos catamarãs de Charitas em direção ao Rio, que hoje está fixada em R$ 17, para uma maior integração com o BHLS e com o transporte público municipal.

“Chegamos a um entendimento em relação a necessidade de potencializarmos a estação de catamarã de Charitas, porque é uma estação que atendia 5 mil passageiros dia. Essa demanda aumento com o BHLS para 8 mil passageiros dia. Ou seja, houve um aumento da ordem de 60% no número de passageiros só com a chegada do BHLS, entretanto esse movimento pode chegar a 25 mil passageiros por dia, sem a necessidade de novos investimentos, novas obras. Basta que a tarifa seja um pouco menor”, defendeu o prefeito.

Prefeito e secretário estadual de Transportes chegaram a um acordo para a instalação de um grupo de trabalho formado por representantes da prefeitura, da secretaria e da concessionária CCR Barcas para discutir a potencialização da estação com o aumento da demanda e a redução da tarifa.

Outro ponto discutido na reunião foi a dragagem do canal de São Lourenço. O estudo de viabilidade, contratado pela prefeitura, aponta que uma das principais ações que se somam à dragagem será a retomada do fluxo de água sob a ponte de entrada da Ilha da Conceição. A região do pedágio foi aterrada para a construção da Ponte Rio-Niterói na década de 1970. Esse é um dos principais problemas apontados pelo estudo para o assoreamento daquela área da Baía. Delmo Pinho se comprometeu a conversar com a Ecoponte e a ANTT para viabilizar a reabertura do canal e a retomada do fluxo de água.

“Esse aterro é um saldo remanescente da construção da Ponte na década de 1970, por isso, é importante que haja um compromisso ambiental do governo federal, que foi quem construiu a ponte. Esse ajuste pode ser muito bom não só para o meio ambiente, com o fim do assoreamento do canal, com a circulação da água, como para as inúmeras empresas que estão instaladas na beira do canal e vão ter uma outra condição de operação e de trabalho”, disse o secretário.

O terceiro ponto de discussão foi a busca de uma solução viária na saída da Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, com a construção de parada do BRT Transbrasil, o que implicará no fechamento da alça de descida da ponte e o fim do ponto de ônibus em frente ao Into.

“A Secretaria de Transportes e a Prefeitura de Niterói vão buscar um diálogo com a prefeitura do Rio para adequação do projeto da Transbrasil. A retirada dos pontos de ônibus em frente ao Into e a interdição do acesso vai causar um prejuízo enorme a mobilidade no leste fluminense, em Niterói e São Gonçalo. Também vai anular os ganhos do projeto da alça da ponte para a Linha Vermelha. É preciso que haja uma adequação desse projeto por parte da prefeitura do Rio”, argumentou Rodrigo Neves.

O prefeito e o secretário estadual de Transportes também discutiram os estudos para a viabilização de um BRT ligando, pela RJ-104, o bairro de Alcântara, em São Gonçalo, ao Centro de Niterói, via Alameda São Boaventura.

“Niterói recebe centenas de ônibus intermunicipais, sobretudo pela Alameda São Boaventura. A prefeitura lançará nas próximas semanas um projeto de modernização das estações da Alameda para ganhar maior eficiência e qualidade no sistema de transportes daquela região. Agora, é fundamental tiramos do papel a estação de transbordo do Caramujo para que a gente evite essa entrada tão absurda, acima da capacidade da Alameda suportar todo este tráfego na RJ 104”, declarou o prefeito.

Delmo Pinho disse que já existem alguns estudos sobre a construção do BRT feitos há cerca de dois anos e que precisam ser atualizados.

“Já trabalhamos nesse assunto há uns dois anos. Agora, vamos retornar às pranchetas para refazer os estudos, já com essa possibilidade de uma parceria maior com a Prefeitura de Niterói, que pode construir o terminal do Caramujo, por exemplo. Achamos que é melhor que ônibus com uma maior capacidade de transporte de passageiros passando pela Alameda São Boaventura em vez de uma infinidade de ônibus menores engarrafando a via. É bom para a mobilidade e é bom para o meio ambiente”, disse.