A Comissão de Ciência e Tecnologia da ALERJ, presidida pelo deputado estadual Waldeck Carneiro, realizou hoje (14), no plenário da Casa Legislativa, a sexta audiência pública desta legislatura. Os presentes discutiram os desafios e as perspectivas, bem como as demandas, das universidades e dos institutos federais, principalmente com relação ao corte de 30% do orçamento anunciado pelo Ministério da Educação.
O deputado Waldeck propôs, na audiência, a viabilização de uma Frente Parlamentar em Defesa da Educação, Ciência e Tecnologia, com presença de diversas comissões da ALERJ, dos reitores das universidades e do presidente da ALERJ, André Ceciliano, para uma reunião com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, a fim de tentar reverter o processo de corte orçamentário nas universidades federais do Rio.
Participaram do encontro o reitor da Universidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Lehrer; o reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Ricardo Berbara; o reitor eleito da Uni-Rio – que não assumiu por escolha do Governo Federal – Leonardo de Castro; o vice-reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fábio Passos; o reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Rafael Almada; o reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jefferson Azevedo; o reitor do Colégio Pedro II, Oscar Hallac; o reitor da Universidade Federal do Norte Fluminense (UENF), Luís Passoni; bem como representantes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO), da Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e da Fundação CECIERJ, além de outras entidades da pesquisa, ciência e inovação brasileiras.
Waldeck destacou o desmonte, promovido pelo Governo Federal, da educação pública no país.
“Estamos na luta por uma educação livre, crítica e emancipada. As universidades são locais vocacionados para a pluralidade de ideias. Os cortes no orçamento destas instituições federais ferem a estratégia de construção de um país soberano que se baseia na pesquisa, na inovação e no conhecimento. Sem investimento em ciência, pesquisa, tecnologia e inovação não temos isso. Se não revertermos este processo, não haverá condições de funcionamento, por exemplo, da UFF, onde sou professor”, afirmou o deputado no evento.
Roberto Leher, reitor da UFRJ, disse que o corte orçamentário na UFRJ alcança R$ 114 milhões.
“É a problematização do pensamento crítico. Como formar professores e pesquisadores com este desinvestimento?”, perguntou.
Já Ricardo Berbara, reitor da UFRRJ, salientou que o história está ao lado de quem luta pela educação.
“Tenho convicção de que as conquistas sociais não têm volta. Precisamos lutar por avanços e rechaçar os retrocessos”, afirmou.
Leonardo de Castro, Reitor eleito da Uni-Rio, mas não escolhido para assumir pelo Governo Federal, falou que uma guerra ideológica está sendo travada.
“Estão querendo nos transformar novamente em colônia retirando direitos das gerações futuras. Estão criminalizando a produção científica e cultural. Enquanto durar este obscurantismo, haverá luta”, disse Castro.
Fábio Passos, vice-reitor da UFF, lembrou que a instituição está em nove municípios do Rio de Janeiro.
“Universidade é lugar de conhecimento. Os ataques à educação chegaram fortes, inclusive com notícias falsas em aplicativos de comunicação. Precisamos mostrar para a sociedade o nosso trabalho, em processo contínuo, inclusive nas ruas”, destacou.
Já o reitor do Colégio Pedro II, Oscar Hallac, afirmou que a elite têm acesso à educação e a maioria da população não.
“Somos formadores de estudantes críticos, não instrucionais. Pesquisa acadêmica neste país é feita pelas universidades públicas e os institutos federais são fatores de integração através de educação. Precisamos lutar para não lamentar posteriormente”, ressaltou.