‘Isso evitará a chegada dessas manchas ou detritos à margem e a consequente poluição das praias’, disse Arthur Neto, professor da universidade
Desde 2017, com a instalação de um radar que monitora manchas de lixo que flutuam sobre o espelho d’água da Baía de Guanabara, a UFF passou a assumir uma posição de protagonismo na redução dos danos causados pela poluição na região. Instalado no terraço do Instituto de Geociências, a expectativa é que o dispositivo “Banda X” se integre futuramente a estações meteorológicas, boias oceanográficas e marégrafos anteriormente instalados.
“O radar Banda X, que utiliza uma faixa de frequência (de 8 a 12 GHz) para comunicação por satélite, era até então privativo para uso militar, mas tem muito a colaborar para o objetivo de reduzir os impactos ambientais na baía, provenientes do descarte irregular de lixo ou óleo”, explicou o professor do departamento de Geologia, Arthur Ayres Neto.
O aparelho está equipado com um software que processa o sinal e consegue identificar manchas de óleo ou lixo. Além disso, ele funciona não só como um radar meteorológico como também interpreta os sinais de AIS – Automatic Identification System – emitidos pelos navios. Tal ação identifica o nome, a localização, a velocidade e o curso da embarcação, permitindo o controle do tráfego marítimo em sua área de cobertura.
De acordo com Arthur, será possível reconhecer em tempo real quando uma mancha de óleo ou lixo estiver passando por determinado local, permitindo uma atuação mais efetiva das companhias de limpeza – Comlurb ou Clin – ou das agências competentes.
“Isso evitará a chegada dessas manchas ou detritos à margem e a consequente poluição das praias”, afirmou.
Fabricado por uma empresa japonesa, o radar tem um raio de ação que vai da boca da Barra à ponte Rio-Niterói e também poderá identificar a formação de frentes de chuva em tempo real. Essa informação poderá ser usada para alertar a Defesa Civil para a ocorrência de chuvas mais intensas sobre a região metropolitana do Grande Rio.