A crise da falta de combustível nos últimos dias evidenciou o fato de que cada vez mais niteroienses aderem à bicicleta como meio de transporte sustentável. Os números comprovam: uma contagem feita na última semana, na ciclovia da Avenida Amaral Peixoto, revelou que 453 ciclistas passaram pela via entre 18h e 19h, um aumento de mais de 40% em relação a dezembro de 2017, quando o número registrado foi de 277.  A pesquisa foi realizada pelo programa Niterói de Bicicleta, da Prefeitura.

O Bicicletário Arariboia, que até o último dia 25 tinha 4.890 usuários cadastrados, ganhou novos frequentadores. Da sexta-feira até a terça (29), foram registrados mais 88 novos cadastros de pessoas que deixaram as bicicletas no estacionamento.

O aumento do número de ciclistas nas ruas de Niterói também pode ser verificado pela quantidade de bicicletas que atravessam a Baía de Guanabara de barcas. A concessionária que administra o serviço de transporte hidroviário entre a Praça Arariboia e a Praça 15 registra, atualmente, uma média de 1,5 mil ciclistas nas embarcações, diariamente.

“Em função da dificuldade de deslocamento, muita gente que ainda não usa a bike como um meio cotidiano de mobilidade tirou a bicicleta de casa e utilizou como meio de transporte. Esse é um fato importante porque muita gente deve ter percebido que a bicicleta é uma opção viável, agradável e que encurta distâncias, porque muitas vezes a pessoa não tem a noção de como pode ser rápido se deslocar de casa para o Centro. Achamos que um saldo positivo dessa crise, que foi tão dura para todo o País, é que os niteroienses puderam perceber a bicicleta como alternativa de transporte”, disse Axel Grael, secretário-executivo da prefeitura de Niterói.

Hoje, Niterói conta com, aproximadamente, 30 quilômetros de malha cicloviária. Antes mais vistas no calçadão e nas áreas de lazer, as bicicletas se proliferaram pelas ruas e passaram a ser usadas pelos ciclistas para irem ao trabalho e levarem as crianças para a escola. Essa mudança de hábito parece definitiva e deve chegar a outros locais da cidade: a Prefeitura planeja implantar cem quilômetros de malha cicloviária nos próximos três anos, sendo 57 quilômetros na Região Oceânica.